terça-feira, 28 de outubro de 2008

deambulações fotograficas pela cidade


conta-me


acordar



auto-retrato


silêncio


Beatiful girl

Cabaré surrealista desconstrutivista expressionista. Grotesco e belo. Ácidos em dias de sol. A rua confunde-se com o fumo. Aquários peixes-pessoas.
“Don’t wake me up.” Dorme comigo ou pelo menos finge. Uma pequena mentira para afastar o sonho. Construção sobre o construído. A abstracção do momento imediatamente antes da partida. Movimento ou Engano?
“L’aventure comence…” frases gastas de amantes cansados. A partida como meio sem fim, um eterno começar enganar. Apaga o cigarro e dá-me os teus lábios. Podemos inventar um falso segredo. Talvez toda a paisagem que nos envolve seja ficção. È isso mesmo. Dois filmes com muitas pontas soltas que nunca se chegam a tocar. Minha quase amiga amante.
Passo ao lado da tua rua. Estás a olhar o céu e não me vês. Nunca me viste. Caminho entre cidade e sol procurando-te sem nunca te poder encontrar. História de desencontros intencionais. Voltam o Monstro e a menina. Medo e Vergonha. Ás vezes o belo é demasiado insuportável e confunde-se com o susto. Como poderia alguma vez confiar em ti?

Hoje podia ser o primeiro dia sem ti. O teu corpo abandonado numa manhã de domingo. Não corro. Não respiro. Suspendo o sonho e a vida dói-me demasiado. Não posso suportar este retorno à imaginação.
Porque no me besas? Quedate solo un sueno más. Calla!
Não! Silêncio não! Música com historias barulhentas. A tua voz não cala. A tua voz convida a uma viagem mais. “Talvez a última.”- dizemos para enganar a inevitabilidade desta comédia-situação-ausência. Páginas em branco que nunca se podem preencher. Cheias de silêncios, de não vividos e por viver.
Palavras distracção. Encontro forçado com uma certa ideia de ti. Talvez seja apenas solidão.
Não!
Desejo.
È Desejo puro, intenso, incontrolável. È querer-te na minha cama, no meu corpo, na minha boca.
Não te movas! Congela esse completo abandono à preguiça. Podíamos esgotar os corpos mas será que podemos saciar alguma vez esta fome de vida?
E se eu rasgasse a tua pele para descobrir o que está dentro?
“I feel it all”
E tu porque é que não podes sentir só um bocadinho?
Já sei que é um disparate… o desejo não se pode sentir só um bocadinho, tem que ser brutal, total.
“Come on and break my heart. I pretend I just don’t care”
Pas de problème
Ou então foge para longe e nunca mais olhes para fora.
“I’ll be the one that break my heart” Ri-te!! Ri-te!! Mas que seja uma gargalhada bem forte.
A ponta da caneta não consegue ser dedos. Mãos à procura do epicentro do desejo. Mis manos.
E aí estás tu!! Viva!! Real

Interrupção espontânea da imaginação. Outra ausência-distância.
Quero gritar o teu nome bem alto e ficar à tua espera numa rua cheia de gente. Caminhas suspensa entre os corpos disformes dos anónimos. E o sol és tu. Só tu. Brilhando para ti e para mim. Não consigo abrir os braços para não te deixar fugir. Sorrio e deixo que passes ao meu lado. Não te chamo. Não te olho. Não te toco. Não me vês.
Sinto-te. Sinto que existes entre todos estes sonhos viagens. Existes como um pôr-do-sol ou um deserto de sal. Contemplação em surdina com barulho de mar e pedras e pequenas indefinições. O fora não importa, simplesmente não existe.

“I don´t wanna be your friend I just want to be your lover.”

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Last day of magic


cielo y tierra



lsd vision


equilibrium

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

bibó porto (gal)

Depois de um dia mau veio um fim de semana em cheio!!!
Começando por uma festita na Via e dividindo-se entre Coimbra e o Porto. Depois de muito tempo de ausência da inbicta volto com surpresa e satisfação por saber que no nosso país tão em crise e atrasado existem cidades que nos surpreendem e se renovam.
A minha relação com o Porto vem desde antes de 2000, era na altura uma cidade de fuga... quando estava em Coimbra sem saber o que fazer e a sentir que aquele mundo era demasiado pequeno para mim, lá me metia no comboio a caminho do Porto e mesmo antes de chegar tinha uma sensação de paz inexplicável. Talvez seja a necessidade de evasão, de viajar, que torna uma simples viagem de uma hora e meia ou duas numa quase aventura de espirito que não está relacionada com a distância espacio-temporal. Nessa altura o Porto era uma cidade escura, muito cinzenta e deixada ao abandono, as pessoas assustavam-me e fascinavam-me simultaneamente, esse á vontade que tanto pode ser para tratar-nos por "amor" ou mandar-nos po' CARALHO ! Entretanto as minhas viagens ao Porto foram diminuindo de frequência e as obras e buracos aumentavam, assim como um certo desagrado pessoal em relação ao espaço fisico.
Quase dez anos depois volto ao Porto, a percorrer as suas ruas e a deixar-me levar por esses olhares ás vezes intimidantes outras tão humanos e sinceros. O Porto está diferente, é uma cidade cada vez mais "europeia", avenidas largas, ruas limpas, edificios recuperados e toda uma série de actividades culturais e nocturnas bastante interessantes. O Porto cresceu e desenvolveu-se, já não é apenas uma grande aldeia com ambições de capital. A cidade mudou mas será que as pessoas acompanharam esta mudança????
Entre freaks, modernos, góticos, pseudos e toda uma séria de novas tribos urbanos continuam a existir o senhor do café que nos trata por "amor", o agarrado que te crava tabaco em S.Bento, os loucos de olhar perdido, as mulheres e os homens de sempre, os bairros, os palavrões, os cafés, as confeitarias....

Gosto do Porto e estou agradavelmente surpreendida e orgulhosa de tal evolução.
E quem fala do Porto pode falar também de Aveiro, Viseu, Lisboa e muitas outras cidades e vilas deste nosso Portugal.

Senhoras e senhores politicos, jornalistas, e pseudointelectuais em vez de dar tanta atenção á crise económica global e á criminalidade crescente virem-se para as pequenas conquistas deste Portugal subdesenvolvido. As cidades e as vilas mudam mas os portugueses não!! È altura de crescer também, de deixarmos de criticar só por que sim, de dar um xuto no cú ao fado e pôr um pouco de rock'n'roll nas nossas vidas. è altura de termos orgulho (sem extremismos) do nosso país, da nossa língua e das nossas terrinhas, de sermos europeus sem vergonha dos irmãos maiores. é altura de olharmos para dentro da mesma maneira como olhamos para o que vem de fora.

E com isto me despeço e digo uma vez mais:

BIBÒ PORTO (gal) CARALHO

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

para que merda serve um blog?????????????

Pois é... pelo titulo da mensagem deve dar para perceber que hoje estou em dia não. Uma vez mais abro a pagina do meu blog e penso mas por que raio escrevo aqui. sinto-me como se falasse para esta parede que tenho aqui á minha frente. A ideia do blog é boa no sentido de partilha de pensamentos, ideias, ou o que quer que seja mas partilha implica reciprocidade e um feedback que não existe neste espaço. Enquanto estava na Argentina ainda tentei usá-lo mas as deslocações constantes não me permitiam publicar as fotos e mensagens que queria, foi então que optei pelo tradicional envio de mails. Aí sim, houve feedback e sentia-me em contacto com os amigos. Acho que vou desistir das palavras e fazer uma pagina qualquer que me permita mostrar fotos e já está.
Aqui fica por tanto o pré aviso da morte deste blog.

Quando escrevemos para ninguém (ou assim sentimos) então dá-nos vontade de deixar de escrever e voltar ao velho caderninho só nosso.

Viva o papel e que se lixe a internet!!!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

a nossa história (esquecida)

A nossa história



Lembras-te??



A noite em que nos conhecemos.... Levei-te para casa. tu ainda não sabias. Depois já não andava sozinha nas ruas. Levava-te para todo o lado. Não conseguia deixar-te ir. Agarrava as tuas mãos como conchas apenas colhidas. O dia entrava pela janela e nós estendidas entre a preguiça e o sonho. Inventavamos histórias e personagens. Brincavamos com o tempo. Escondiamos pequenos segredos para os encontrar mais tarde. Erámos uma e duas e todos os outros.

Um dia deixei de procurar. Tu estavas ali. Eu tocava-te e fechava os olhos para te descobrir uma e outra vez. A primeira vez. Sempre. Muitas vezes.

A noite e o dia adormeciam juntos. nós estavamos naturalmente nuas e os nossos corpos descobriam-se e reinventavam-se.




a nossa história esquecida...



(Os sentimentos vão sendo encobertos por uma neblina espessa e as imagens confudem-se com as paisagens vividas.)

crise afectiva ou porque é que não ligamos aos amigos

Depois de muita deambulação mental decidi optar pelo tópico da amizade. Em tempos de crise económica (ou será em tempos de manipulação mediática global???) viro os meus pensamentos e reflexões para uma outra crise bem mais grave e pela qual somos directamente responsáveis.

(por favor ler atentamente até ao fim e deixar comentário)

Entre viagens e paragens vou pensando nos amigos, aqueles de antes, os de agora e os esquecidos. Nos ultimos anos conheci muita gente e desses alguns ficaram por uns intantes outros desapareceram e outros vão ficando. Acaba-se a universidade e cada um segue a sua vida, no mesmo sitio, noutro sitio, país, cidade ou dimensão. Quando volto vou estando com algumas pessoas e encontro outras que são como espectros esquecidos do passado, colegas do secundário ou de outras andanças. Em viagem vou mandando uns mails, ou telefonando de vez em quando a alguns amigos especiais e quando volto sinto mais do que nunca a distancia entre as pessoas. Acomodamo-nos dentro da nossa borbulha e inventamos mil e uma desculpas para não mandar aquele mail de resposta ou mensagem, adiar aquele jantar ou aquela visita prometida á não sei quanto tempo. É fácil perdermos o contacto com os mais queridos, o que pode parecer um paradoxo devido á quantidade extraordinária de meios de comunicação á nossa disposição, senão vejamos: Internet com todas as suas possibilidades (msn, hi5, facebook, hotmail, googlemail, skype e etc, etc..) telemóvel (com não sei quantas promoções, vips, chamadas grátis, mensagens grátis) e viagens de avião cada vez mais baratas para onde quer que seja. Muitos podem argumentar que não têm dinheiro para sair da cidade ou do país, outros que lhes falta tempo mas para mim o principal motivo desta falta de iniciativa é a preguiça. Será que custa assim tanto dedicar 3 minutos para mandar um mail a perguntar como estás? ou escrever uma mensagem? ou tomar um cafezito no bar de sempre??? Não falo apenas das distancias fisicas mas dessas distâncias psicológicas que nos impedem de dar um passo em frente e fazer a tal visita que andamos a adiar.

Quando estou por por Portugal vou estando com pessoas de grupos diferentes ou realidades distintas e vou sempre perguntando por este ou aquela desaparecida e no final de um ou dois meses apercebo-me que sei mais coisas acerca da maioria dos desaparecidos que o resto das pessoas que estão ao lado ou alguns km de distância.

Vivemos com a desculpa do passado, do tempo não volta atrás, de "isso era antes"... é obvio que o tempo vivido num dado momento, numa dada situção espaciotemporal não se repete mas também é verdade que passado, presente e futuro não são impermiáveis ou realidades inconciliáveis. Deixamos que as pessoas desapareçam das nossas vidas porque não fazemos nada contra isso. O nosso melhor amigo do secundário é agora um conhecido ou um desses desaparecidos, as pessoas com quem partilhamos casa, vida, alegrias e tristezas são recordações algumas vagas e com outras (e um pouco de sorte) ainda vamos mantendo contacto.

Há pessoas demasiado importantes para deixarmos cair no esquecimento, há outras que marcam dados momentos e vão desvancendo e depois há aquelas que são esquecidas de imediato, até porque senão davamos em doidos com tantos amigos, conhecidos e outros sem classificação.

Com tudo isto quero deixar um alerta para que não condenem a um esquecimento (abrupto ou lento) aqueles mais significativos. Cultivem as novas e as velhas amizades porque como em tudo na vida é preciso dedicação e amor para para que as sementes do passado possam ser árvores velhinhas no futuro.

A crise económica pode ser fodida e talvez o dinheiro seja o mais importante mas quem é que nos vai dar um abraço quando nos sentimos irremediavelmente sós?
quem é que vai estar em silêncio ao nosso lado enquanto choramos?
com quem é que vamos partilhar aquele momento inesquecivel?
A quem é que vamos contar as mesmas histórias vezes e vezes sem conta?
Com quem é que vamos dar um passeio ao final da tarde? ou comer um gelado? ou beber um café depois de jantar?
Por mais pobre que seja uma pessoa ou um país há algo que o dinheiro nunca poderá superar: um sorriso amigo que nos espera depois de uma longa ausência ou simplesmente aquela companhia diária que nos faz esquecer tudo o resto.

Amigos, liguem aos vossos amigos!!